terça-feira, outubro 09, 2007

Santa Mônica, rogai por nós!

Fiquei rodando pelas fotos dessa caridosa Mônica que estremunha Brasília e, de certo jeito, a nossa vida, Fui às comparações com outras monicas: Lewinsky, a boa de boca do Clinton, a chatíssima do Cebolinha, de repente dei de cara com a Belucci, um monumento italiano! Creio que os riscos vividos por sua Excelência, o Renan, correndo atrás de uma fêmea burocrática, salva pelo Photoshop para encantar ns páginas da Playboy, vem de uma burrice congênita ou porque seus miolos (se teve) torraram ao sol do sertão alagoano. E pior, caiu na esparrela de embuchar a moça com uma lembrancinha que se tornou cara.

De monicas eu evoco, lá da adolescência, a Casa da Mônica, ondepelas bandas do bairro do Cristal, em Porto Alegre, onde coronéis faziam noitadas e a nova burguesia exibia seus bolsos abonados, que o programa não era barato e o uísque muito menos. Boite, rendez-vous, casa de tolerância, bordel, antro, lupanar, casa de prazeres, tudo isso, muita sacanagem, a Mônica foi instituição inesquecível festejada internacionalmente, pelo seu quarto de espelhos e suas meninas – dá Velloso pra melhor, ao que se diria. Marcou pelo menos uma geração e fez história sem tremores maiores do que os provocados pelos tanques que saiam do quartel da Serraria para os desfiles ou os golpes.

Porta de saída do Congresso, a Velloso conseguiu confundir o País... antes fosse a Belucci! – pego essa e dou a tropa.

Enquanto isso, a República paga pelo feito do babaca avoengante desfilando seu machismo calhorda.

Oremos.

Santa Mônica, rogai por nós!

quinta-feira, setembro 13, 2007

40, de novo


Emblemático o número: no STF, foram 40 os julgados; no Senado, 40 votaram a favor do pulador de cerca.... Ali Babá continua solto. Pertinente o recado aí embaixo, que já correu a rede...

sábado, julho 21, 2007

REQUIEM AETERNAM







Dá-lhes, Senhor, o eterno descanso,
e a luz perpétua resplandeça sobre eles.
(Missa dos Mortos)




Dai-nos forças, Senhor,
para aceitar com serenidade
tudo o que não possa ser mudado.
Dai-nos coragem
para mudar o que pode
e deve ser mudado.
E dai-nos sabedoria
para distinguir
uma coisa da outra.
(Oração da Serenidade, atribuída ao Almirante Hart)

sábado, julho 14, 2007

VAIAR, QUE VAIAR É BOM



A "inteligentzia" lulopetista está diante de uma dúvida nunca antes imaginada: é patriótico vaiar um Presidente da República? O dilema consumirá o povo petista por longo tempo, e nunca esse povo entenderpa que a vaia é democrática e vaiar o Presidente pode, sim. Alás, foi por longo período uma especialidade do sangue da raça petista. Jogar tomates ou ovos podres, bem isso aí é descambar para a agressão.
A vaia é uma expressão democrática de descotentamento e inconformidade. Protesto espontâneo que lava a alma e faz bem à saúde, de quem vaia. Pelo que, lamentavelmente, as vaias no Maracanã podem ter sido poucas, na noite desse dia 13, mesmo que indo direto aos fígados dos escolhidos. Talvez ouçamos, breve, num discurso no âmbito da panelinha, uma metáfora reconfortante, para ele e os seus.O povo no Maraca não apenas encontrou o momento possível de um recado a Lula, repetido seis vezes, como ainda condenou as posições calhordas e flácidas do seu governo ante os companheiros e amigos do peito, Chavez, Morales e Bush.
Políticos não deveriam ir aonde está o povo. João Figueiredo, o penúltimo ditador brasileiro (penúltimo, sim,... do último ainda poderemos ter que nos livrar) sabia disso e evitava povo. Saiu do Planalto pela porta dos fundos, de fininho.
Vaias neles todos.
A propósito do desconforto (?) dos vaiados, um lembrete (de Jose Martí), ao acaso:
"Hay hombres que viven contentos aunque vivan sin decoro. Hay otros que padecen como en agonía cuando ven que los hombres sin decoro a su alrededor. En el mundo ha de haber cierta cantidad de decoro, como ha de haber cierta cantidad de luz. Quando hay muchos hombres sin decoro, hay siempre otros que tienen en si el decoro de muchos hombres".

A AMÉRICA NÃO É MAIS A MESMA


O Presidente do COB, Carlos Nuzman, no discurso de abertura do Pan disse que "O Rio se transforma, de fato e de direito, na cidade olímpica do Brasil e da América Latina". Como os jogos são Panamericanos, portanto incluem os países da América do Norte, EUA e Canadá, ficou a impressão de que o sujeito e o seu COB estão atrapalhados com o mapa das Américas, que ainda não encolheu. Ou não sabem o que é pan-americanismo, o que valeria uma consulta ao Houaiss: referente a ou próprio de todos os países das Américas.

Vaia para o Nuzman e o COB.



NOITE DE HORROR


A interpretação que arranjaram do Hino Nacional para a Elza Soares abrir os Jogos carregou um bocado de mau gosto. Qualquer bandinha municipal meia-boca teria sido melhor. Nessa de imitar o jeito gringo de interpretar o hino deles, só conseguiram que Elza desse uma surra no “Ouviramdum”, e ela própria saísse feia na foto. De resto foi uma festa sugeriu da criativice em detrimento da criatividade, muito ao estilo do que acontece na vida nacional. Fosse enredo do desfile de uma escola de samba, esta não ganharia o Carnaval. Não se desmereçam alguns momentos bons da noite, claro. Até onde pareceu, o único aplauso irrestrito deve ter sido O do Galvão Bueno (arre! 15 dias com o homem na telinha!).... e isto não surpreende.

Vaia pra eles todos.


OS NOVOS HERÓIS DO STÉDILE

Zapeando cai na TV Educativa do Paraná, também na noite do dia 13, vi a transmissão de uma "coisa", coisa mesmo, a “Chamada Geral pela Integração Latino-Americana” - Fórum Social do Mercosul. E lá estava o Stédile puxando o saco do Requião, seu novo ídolo, herói secreto, gloriado pelo líder do MST ao lhe atribuir um exílio político que não aparece na biografia do ansioso governador. Já o tal Fórum, esse parece ser da plataforma de campanha do RR a Presidente do Mercosul... com o que a noite de invenções ficou completa. Por sinal, o sem (?) terra está “vendendo” Jose Martí como seu inspirador, embora pareça que não tenha aprendido tudo que o herói cubano escreveu:

"Adivinar es un deber de los que pretenden dirigir.
Para ir delante de los demás se necesita ver más que ellos".


Como se constata, cegos estão excluídos.


Vaias para Stédile e seu novo ídolo.

quarta-feira, abril 04, 2007

A República dos Sargentos mixou, mas vem mais

Apenas criada, até com direito a mártir, Edileuzo Cavalcanti (sem perfil para João Candido, diga-se), a República dos Sargentos parece que mixou ligeirinho. Mas o fordúncio vai longe, por baixo dos panos e com novos complicadores, sargentada de prontidão, PFedereca ameaçando greve. Para os petelhos, o motim aviatório deve ter parecido uma revolução, motivo de vibração, não repararam na falta de ideologia e que a sargentada não foi além do prosaico “me dá um dinheiro aí” (ele só cai para os convidados para o baile – os acumpliciados para integrar a bancada governista, mensaleiros, “cuequeiros”, a gente de sempre, da patota, todos da Elite). O Valdir Pires, experiente, vivendo seu segundo 31 de março, vendo que as altas patentes sapatearam na mesa do Chefe talvez tenha, prudentemente, recomendado que ficassem na defesa, nada de ter idéias, como não tiveram, nem de blefar, como não blefaram, muito menos criar metáforas (que alívio!). Não seria legal um enfrentamento com o Saito – vira e mexe, a tevê o mostra com a mão na espada, Samurai travestido de Brigadeiro (ou seria o contrário?) -, ele tem a força! Tudo isso transpareceu bem pelas imagens da reunião do Conselho Político, das declarações de alguns dos babacas ao final dela, petelhos e aliados com cara de bostões, guris mijados

Voltamos à estaca zero, com o problema de sempre, não há governo. O País do Nunca Antes vive acéfalo, o que não é de todo mau – a China e a economia subterrânea nos levam à frente, logo é boa esta ausência de governo. O diabo é o reverso disso tudo, o tal de estreitamento de consciência, mal que não é só do Sobel, justifica tudo, todas as safadezas dos de lá de cima.
De fato, estamos à deriva, nos descobrindo uma Nação e um País
sem projetos – sem segurança, sem estradas, sem aviões, sem navios,
sem trens, sem previdência, sem saúde, sem crescimento e perspectivas.
Melhor acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, mulher semi-grávida, etc.

Olho o que ao estamos construindo e me lembro de análises que nos prometem um país igual aos melhores da Europa.... daqui a 60 anos! Pelo jeito, vai dar só para os bisnetos. Mas quem sabe com um pouquinho de Ética, Dignidade e Respeito.
Boa Páscoa a todos.

quarta-feira, março 07, 2007

Sacanagem, mexeram na poupança da Velha!

Não há dúvidas de que essa novidade de reduzir a TR da poupança, implicando numa perda de quase 10%, não passa de mais um assalto à poupança da minha sogra, a boa D. Celina, e de outro(a)s muito(a)s mais, especialmente aqueles “entrado(a)s” na tal de terceira idade. É só mais uma dessas historinhas do Poder reclamando o que não fazemos: Ação. Talves tenhamos aí apenas o começo de mais uma bem urdida sacanagem cheia de explicações técnicas que, trocadas em miúdos, significam: mexeram na grana da poupança para favorecer algum (R$) bolso já muito bem aquinhoado, ou alguém dirá que não?

O que sobra é pouco:

1. O valor médio das aplicações em poupança é de uns R$ 2.506,00, que não bancam nem um enterrinho básico com direito a bem beber o defunto.... (eu não sei como explicar prá sogra o porquê de meterem a mão no dinheiro dela);
2. O pequeno poupador vai financiar o grande poupador (minha sogra quererá entender
por que ela, pensionista de 400 e poucos pilas mensais que poupa 10% dessa quirera, tem que ajudar a quem tem mais, e eu não saberei explicar, de novo);
3. Os bancos poderão seguir cobrando suas gordas taxas de administração dos fundos e aplicações dos investidores graças aos pequenos poupadores (que dificuldade! como dizer que ela é poupadora e os outros são investidores?!);
4. Os trabalhadores e suas 514 milhões de contas de FGTS pagarão a mula roubada de um sistema capitalista apropiado pelos bancos, mensaleiros, sanguessugas, políticos et caterva, ganham (minha sogra nem tem idéia do que seja FGTS, ufa!, uma explica a menos);
5. Esse papo de que o custo do financiamento imobiliário cairá, além de ser lorota das grandes não vai solucionar o problema habitacional; a suposta vantagem acabará desapercebida (a sogra já tem a sua casinha, eis um problema a menos);

6. Está claro de que a cadeia de sacanagens com o poupador apenas continua. Ela foi inaugurada por eLLe, o agora Senador das Alagoas, o que me leva a crer que não há diferença entre eLLe e eLLe, CoLLor e LuLLa-LLá-LLà, é tudo farinha do mesmo saco (a Velha lembra da primeira sacanagem que eLLe e ZéLLia fizeram – agora seriam LuLLa e a DiLLma?);
7. Fica patente que, nestas paragens, contratos são só papéis, quem se achar com algum direito que vá reclamar na Justiça; como os processos dormem nas gavetas dos magistrados acabam mesmo sendo histórias prá boi dormir (a estas alturas a Velha já estará dormindo e eu me sentirei poupado);
8. Daqui em frente, o negócio de pelo menos 75 milhões de poupadores será o defender a política de Juros altos para garantir a melhor poupança (a Velha vai me encher o saco sugerindo um abaixo-assinado com 1 milhão de assinaturas...) - viva o Banco Central do Meirelles!;
9. Com manteiga (ou vaselina), não há dúvidas de que tem mais sacanagem pela frente, é só esperar (ela me dirá que está certa disso e eu vou concordar feliz, pois não requer explicações);
10. Ainda não chegamos ao fundo do poço (prá ela, até aqui, poço só dava água).



quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O PAÍS PODE MUDAR

O povo gritou por SOCORRO e a mãe do menino assassinado falou em Mudança. Quem prestou atenção na entrevista do pai o viu dizer que “se o país pode eleger um presidente e pode destituir um presidente, o país pode mudar” – a Globo não repetiu a declaração, talvez temendo que fosse “explosiva”.

A indignação ainda é pequena e restrita, a caterva da Brasília dos vários palácios, mensalões, sanguessugas, vampiragens, bem o sabe. E tranquilamente prepara um bacalhau (ou pirarucu?) à moda via amarela do métrô para nos engambelar. De novo, como de hábito.

O grito de Socorro que dominou a Candelária ainda terá de ser ouvido por todos nós.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

A Palavra é... Assimetrias

Do Mercosul

Dia desses surgiu pela frente a palavrinha assimetrias. Estava na Folha de São Paulo e em outros jornais, nas matérias sobre o que viria a ser a finada rodada do Mercosul, vão bem uns quinze dias. Insistente, a palavrinha se superou: eram assimetrias diárias nos textos jornalísticos, na boca do Amorim (Relações Exteriores), de aspones, e, Como Nunca Antes na História Deste País, também na do Lulla.


O que para mim era só curiosidade, já que assimetrias me reportavam à matemática, à estatística, ao desenho geométrico, ou à ginástica, de repente tive que entender como um eufemismo diplomático petista que, antecipadamente, também anunciava um fracasso, como foi esta última reunião do Mercosul.

Assimetria esta lá no Houaiss como desarmonia, desconformidade, desequilíbrio, desigualdade, desproporção, desunidade, diferença, discordância, discrepância, disparidade, dissemelhança, dissimetria, dissimilitude, inconformidade. As assimetrias da diplomacia petista escondem o mundo real da América Latina, garantindo palanque para seus bufões – Chavez, Morales, Correa... Lulla. Obrigo-me a concluir, de novo, que “PT é cultura”, arre!, agora também em matéria de relações exteriores (já me deparei com uma tal de “geometria das relações exteriores”, um achado petista?).

Pelo sim, pelo não, é conveniente ficar-se atento ao ouvir falar em assimetrias.


...Do PAC

Porque certamente assimétrico, o tal de PACote que rola por aí deve ser entendido assim: vai criar 700 novas vagas no estacionamento do aeroporto de Confins, em Minas; vai garantir empregos para a cumpanheirada; governadores e prefeitos venderão apoios por uma fatia da grana, uns 13 bi; vai garantir empregos para a cumpanheirada; lá por abril ou maio, descobrir-se-á que o dinheiro foi contingenciado, não saiu das intenções de...; vai garantir empregos para a cumpanheirada; vai significar a continuação da liberação de dinheiro para “retapar” buracos em estradas que já tiveram seus buracos tapados e reabertos porque mal tapados por definição, espírito e vocação; vai garantir empregos para a cumpanheirada.

Sem ser projeto de coisa alguma, o PACote de fato poderá continuar alavacando, de forma muito chocha, a construção civil. O pessoal do setor sabe disto, o que é bom, sim, e está esfregando as mãos.

De resto, amontoam-se promessas de crescimento... assimétrico, remakes de um mesmo e impossível filme inacabado: Fome Zero, Espetáculo do Crescimento, isso aí.



...Do Futuro

Em meio às assimetrias, metáforas ou simples exercícios de propaganda (enganosa - aonde anda o CONAR?), constato a felicidade do povo do Bolsa Família rodopiando no baile, pergunto-me sobre o tamanho da conta que teremos pela frente e o que esperar para 2010, o ano em que teremos de votar novamente. Fico com a impressão de que o Barbudo vai sabendo bem atender ao seu intento pessoal: 2010 será quase a metade dos pretendidos trinta anos de p(P)oder.... Enquanto isso, os gringos estarão fazendo voar um avião movido a energia alternativa, vejam só.

Atenção, pois pois, com as assimetrias.