sexta-feira, novembro 13, 2015

Histórias Que Me Confundem

Hoje, sexta-feira 13, a notícia do dia é que os amigos dos gatos suspenderam as doações de bichanos, especialmente pretos e pardos Por causa da data. A notícia vai para a página 122 do meu catálogo de "Histórias Que Me Confundem", onde encontro outras manchetes que estiveram nos noticiosos da semana que vai terminando. Elas só reafirmam que vamos mal, muito mal, de caráter e competência - deliberadamente e por omissão:


Homicídios de negras aumentam quase
20% e de brancas caem 12%, diz estudo 


Manobra da gestão Alckmin diminui
número de homicídios em SP


Simples Doméstico calculou
tributo errado, diz Receita


Número de assassinatos de mulheres
sobe 24,7% em dez anos no Paraná

O estudo "Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres" mostra que 50,3% das mortes violentas de mulheres no Brasil são cometidas por familiares. Desse total, 33,2% são parceiros ou ex-parceiros.

PM diz que policiais que causaram tragédia
no Novo Mundo tinham intenção de evitá-la

Operação do MP e Justiça encontra
regalias em presídio para PMs no RJ

MP e Justiça fazem operação para apurar
regalias em presídio para PMs no RJ


Perfil da mulher assassinada no Paraná é 20 anos, branca e morta dentro de casa o que coloca o Paraná em quinto no ranking do crime, atrás apenas de São Paulo (620 mortes), Minas Gerais (427), Bahia (421) e Rio de Janeiro (386).


PMs matam 10, matam menino Jesus, matam
inocente, forjam prova. Dá em nada!


Cunha tenta retardar processo de cassação

segunda-feira, outubro 19, 2015

A nova greve dos bancários

Vejo os bancários em sua greve anual, brigando por índices salariais que fazem inveja, exigem 16% de aumento e mais um alho qualquer como vale refeição, participação nos lucros, entre oiutros itens. A gente sabe que acabarão rendidos depois de 20 ou 30 dias de paralisação por algo aí ao redor de uns 7 a 8%. É o tom de sempre, muito gogó gasto em carros de som cansando os ouvidos da população com a sua briga particular.
Eles tentam, que é a tática cutista-petista, sensibilizar o cidadão comum que roda a bolsinha para garantir seu salário mínimo mensal a viver esse problema deles, os16%, muito além do tempo e inimagináveis para a maioria dos assalariados. E erram a mão na argumentação tola, jogando os lucros dos bancos - como no caso da faixa que eu fotografei numa agência Itaú - como se esse fosse uma questão a ser julgada por alguém. Esquecem de dizer que eles tambám ganharam, de várias formas, os seus trocos, contribuindo para os resultados do banco, talvez nem tão espetaculares quanto possam parecer.
O quanto ganha o banco é problema do banco, é o retorno que a empresa, uma instituição de crédito capitalista, busca para retribuir ao capital empregado, próprio e de terceiros. Para nós, usu[arios do sistema, importa sim os custos que nos cobram, mas aí é outra coisa.
O problema dos bancários é diferente, vai se desenhando pela extinção da profissão, como conhecida hoje, poucos postos desses tradicionais restarão, viva o Bankline e o Caixa Eletrônico! Quantos estarão aptos a desempenhar funções no "novo banco"?

















Na onda da sua guerra  e preocupação em jogar a população contra os bancos por assuntos que não são da população, os sindicatos bancários também criaram outra inversão: os bancos colocam a "vida em risco" - não esclarecem de quem. Os assaltos a bancos são velhos conhecidos nossos, renderam muitos filmes e seguirão acontecendo enquanto o Estado não assumir políticas de resgate de cidadania e proteção do cidadão. Sem falar em atuação mais efetiva na prisão dos terroristas que demolem caixas eletrônicos e na identificação e prisão rápida da bandidagem. 
Enquanto isso, as ruas da cidade ficam vazias, o dinheiro se torna mais limitado, os bancários podem ir à praia enquanto nós trabalhamos...


terça-feira, setembro 22, 2015

São Miguel, valei-nos!

O aguaceiro que afoga o Rio Grande do Sul provoca minhas perplexidades, muitas e uma só. Uma fortíssima razão vem da sabedoria popular: essas chuvas devem acabar em São Miguel, se nada mudou no calendário, pelo dia 29 de setembro. Real e verdadeiramente tende a ser sempre assim. Haverão outras chuvas, mas elas já não iguais a essas, mesmo que pródigas em parecenças.


Sempre ouvi isso, desde que me lembro das missas festivas, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, em homenagem a São Miguel, geralmente abaixo de muita água.Trabalhando na Zero Hora, entrei ano e sai ano vendo essa rotina e São Miguel na ponta, confirmando...

Minhas perplexidades ficam maiores ainda ao saber que se Porto Alegre ganhou alguma prevenção contra essas enchentes anuais, o restante da região metropolitana e muitos outros municípios ao longo de rios como o Caí, o Pardo, o Uruguai, seguem padecentes. Simplesmente porque ninguém se preocupou em fazer alguma coisa. Como em tudo que hoje acontece no País.

E o dólar, olha aí, agora está em R$ 4,05. Pelo mesmo motivo.
Boa noite.

quinta-feira, setembro 17, 2015

De pão e banana...

Meio ao acaso, no fim de semana me deparei com uma foto de "pães de meio quilo", viajei na memória. Pães de meio quilo foram um sonho e um tabu para mim, por longo tempo. Curiosa e inexplicavelmente, em minha casa, eu ainda na infância, só se compravam pães de 1/4 de quilo...
Tirante o peso, era o mesmo pão, eu é que insistia em encontrar diferenças. No futuro descobri uma: a fatia do pão de meio quilo era grande, larga, e coberta por manteiga parecia oferecer um outro sabor... Enchia os olhos e a minha mão ainda pequena, custava a sumir na boca... Esse futuro não demorou a chegar. Veio ao tempo de aprender a pular o muro que corria frente a fundos pretendendo separar o edifício em que eu morava da casa ao lado.

Casa onde morava a família Castro, o meu amigo Holmes
e seu pessoal. Na parte superior funcionava a Rádio Farroupilha.
Na cozinha dos Castro uma mesa grande, lembro bem. A
flecha vermelha marca o terraço do Edifício Milton, onde eu
morava. Estávamos parede-a-parede.
Rua Duque de Caxias, ao lado do Viaduto Otávio Rocha.

Aprendi a olhar lá do alto para os vizinhos e a pulá-lo. O terreno era também grande, algumas árvores, uma em especial que mais adiante me apresentaram como sendo uma goiabeira, a primeira da minha vida... E crianças, as meninas, os rapazes, já não sei bem quantos, os nomes ficam embaralhados, talvez errados, mas vou tentando: Ana, Tania, Ednei,Holmes - que a gente chamaria de Brasil, porque Brasil de nascença e nome -, Helena, já mais crescida..., e aí os maiores, Rodnei, Rosa Maria, parece-me isto. Ficamos amigos, especialmente Brasil, o Holmes, e eu. 
Então aconteceu: a mesa do lanche dos Castro era generosa. E o bom pão sempre presente era aquele, o dos meus sonhos, o pão de meio quilo. Difícil rejeitar o convite para o café com toda aquela turma e aquele pão... 
Nada mudou em minha casa, seguimos com o pão de 1/4 de quilo e também com a banana ouro que, descobri na boa convivência  com o Holmes Brasil, perdia de longe para a banana caturra que eles compravam! 


quarta-feira, março 19, 2014

O outono, depois do meio-dia

Quando forem 13h57m desta quinta-feira, 20, passado o almoço e em meio à digestão, independente do que os termômetros marcarem entraremos no outono de 2014. Meses de transição chegando como amostra do que  o inverno promete. Temperaturas tendendo a diminuir gradativamente. 

Segundo os meteorologistas, o frio é para meio logo, já na segunda quinzena de abril, como sempre Frio forte, crescente. Geadas, dessas que, se dizia, fazem o doce das laranjas... E nevoeiros matinais que não recomendam a ninguém marcar viagem de avião antes das 10 da manhã ou após as 19. Voando de Curitiba ou para Curitiba, pouco importa, e mesmo pelo resto do sul.

Casacos à mão,  olho vivo nos termômetros e às previsões meteorológicas.  Pelas ruas as árvores nos dirão que estamos em uma nova estação. Até a droga da Copa, que não deveria sair, estará de algum jeito incrustada neste outono.

Outono é tempo de vacina, ainda em abril. Da fartura de muitas frutas e verduras:
abacate, abobrinha, agrião, almeirão, banana, batata doce, berinjela, beterraba, brócolis, caqui, chuchu, coco, espinafre, figo, goiaba, jiló, kiwi, laranja, limão, maçã, mamão, maracujá, melancia,  pera, repolho, rúcula, tangerina, pinhão. Tem para todos os gostos.

Berber vinho, muito vinho, combina bem com tudo isso e mais um tanto. 

Mas seja como for, eu já sinto falta do verão.


sábado, março 15, 2014

Calendário das greves anunciadas


A greve dos ônibus foi fichinha, coisa pouca, há quem diga. Ela abriu o calendário e o que vem pela frente é de calibre mais grosso. Para quem não sabe, esta é a programação prevista, sempre sujeita a alterações sem prévio aviso:
  • Greve dos professores municipais de Ctba.,  começando dia 17...
  • Greve dos professores e servidores da educação estadual do PR, também dia 17...
  • Greve dos servidores técnico-administrativos da UFPR, UTFPR, Hospital de Clínicas, IFPR e UNILA, por tempo indeterminado, segundo  eles lutando pela saúde e educação públicas de qualidade e pela valorização dos trabalhadores que atuam nessas áreas - a greve é nacional.  
  • Greve do povo do lixo, a partir do dia 18, terça-feira; na esteira do que rolou no RJ, nossos garis querem algo como 20 ou 30%...
  • Greve da Polícia Federal, dia 19, não sei o que querem, mas tem grana na parada...
  • Existem ameaças grevistas da Polícia Civil e Militar, ameaças...
  • Os Correios, dizem, estariam encerrando sua greve,acho que de mais de mês, pelo nada de correspondência que me chegou...
Mas o primeiro semestre não fica nisso. Manda a tradição que em maio seja a vez dos professores das universidades federais. Esses geralmente cruzam os braços por 60 ou 90 dias. Tampouco se deve descartar a eventualidade de mais gente da saúde dar uma outra paradinha de uns 30 dias

O interessante e curioso dessas greves é que todas, em última análise, envolvem agentes públicos, servidores ou encarregados de serviços de interesse público contra o Poder Público. Independente das reivindicações e da sua justeza, elas encerram a certeza, para contribuintes e cidadãos, de que o Estado, pouco importando o partido político de plantão nos governos, se consagra como um péssimo e relaxado gerente da "res publica". Por vocação e de propósito.  Com alto grau de probabilidade de não mudar o perfil mesmo depois das eleições de outubro. 

Só para lembrar: no segundo semestre as batalhas já são mais privadas: metalúrgicos x montadoras, bancários x bancos, vigilantes x não sei quem...