Meio ao acaso, no fim de semana me deparei com uma foto de "pães de meio quilo", viajei na memória. Pães de meio quilo foram um sonho e um tabu para mim, por longo tempo. Curiosa e inexplicavelmente, em minha casa, eu ainda na infância, só se compravam pães de 1/4 de quilo...
Tirante o peso, era o mesmo pão, eu é que insistia em encontrar diferenças. No futuro descobri uma: a fatia do pão de meio quilo era grande, larga, e coberta por manteiga parecia oferecer um outro sabor... Enchia os olhos e a minha mão ainda pequena, custava a sumir na boca... Esse futuro não demorou a chegar. Veio ao tempo de aprender a pular o muro que corria frente a fundos pretendendo separar o edifício em que eu morava da casa ao lado.
Aprendi a olhar lá do alto para os vizinhos e a pulá-lo. O terreno era também grande, algumas árvores, uma em especial que mais adiante me apresentaram como sendo uma goiabeira, a primeira da minha vida... E crianças, as meninas, os rapazes, já não sei bem quantos, os nomes ficam embaralhados, talvez errados, mas vou tentando: Ana, Tania, Ednei,Holmes - que a gente chamaria de Brasil, porque Brasil de nascença e nome -, Helena, já mais crescida..., e aí os maiores, Rodnei, Rosa Maria, parece-me isto. Ficamos amigos, especialmente Brasil, o Holmes, e eu.
Então aconteceu: a mesa do lanche dos Castro era generosa. E o bom pão sempre presente era aquele, o dos meus sonhos, o pão de meio quilo. Difícil rejeitar o convite para o café com toda aquela turma e aquele pão...
Nada mudou em minha casa, seguimos com o pão de 1/4 de quilo e também com a banana ouro que, descobri na boa convivência com o Holmes Brasil, perdia de longe para a banana caturra que eles compravam!
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